O coração normal tem dois “lados”, o direito e o esquerdo. Assim, em cada um desses lados temos a parte superior, que recebe o sangue, chamada átrio. E, além disso, temos a parte inferior, que bombeia o sangue para frente, chamada ventrículo. O átrio esquerdo se comunica com o ventrículo esquerdo e, dessa forma, manda sangue para o corpo. O átrio direito se comunica com o ventrículo direito que manda sangue para os pulmões. Portanto, em corações normais, os lados direito e esquerdo do coração não têm comunicação direta. A Comunicação Interatrial, entretanto, caracteriza-se por um defeito na parede (ou septo) que divide o átrio esquerdo e o átrio direito, havendo uma comunicação entre eles.
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É responsável por 1/3 das cardiopatias congênitas diagnosticadas em adultos. No entanto, nas crianças, em muitos casos, as CIAs se fecham espontaneamente antes dos 2 anos de vida.
Esta comunicação, quando de tamanho significativo pode promover, com o tempo, aumento do fluxo pulmonar bem como a dilatação das cavidades cardíacas.
Normalmente o paciente é assintomático, ou então apresenta sintomas inespecíficos. Além disso, as crianças com comunicações significativas podem apresentar dificuldade para ganhar peso, cansaço e infecções respiratórias.
A maioria das “CIAs” pode ser tratadas pelo cateterismo cardíaco.
No cateterismo, um cateter (tubo flexível) é levado até o coração. Em seguida, entra por uma veia da perna e uma pequena prótese é colocada para fechar a CIA. Uma vez que é colocada, o fluxo de sangue entre os dois átrios é interrompido e, assim, a comunicação é tratada.
Estudos demonstram, de fato, que a técnica é capaz de reduzir o tempo de internação, abreviar a recuperação, assim como reduzir a possibilidade de transfusão sanguínea e o risco operatório.
É um procedimento muito seguro, no qual, geralmente, o paciente tem alta do hospital no dia seguinte.
Em alguns casos como, por exemplo, em CIAs muito grandes, localização desfavorável ou então em bebês muito pequenos, não é possível o fechamento pelo cateterismo. Nesse sentido, o tratamento cirúrgico convencional é a melhor opção.
O preparo para o procedimento, como medicação a ser suspensa, tempo de jejum e necessidade de internação prévia serão passados no momento do agendamento.
Logo após a alta hospitalar é importante o acompanhamento do paciente pelo médico cardiologista. Além disso, todas as orientações fornecidas no momento da alta, bem como tempo de repouso, medicações e cuidados, deverão ser observadas para uma boa evolução clínica.